Quando fui a Mallorca: Julho de 2019
Quanto tempo: 5 dias
Uma viagem a Mallorca é daquelas combinações perfeitas de praias paradisíacas com festas alucinantes em uma ilha no verão europeu. Mas esqueça aquela imagem de uma pequena ilha onde todo mundo se encontra no mesmo lugar. Com quase 1 milhão de habitantes (e mais alguns milhões de turistas na alta temporada) e 3.640 km2 de superfície, a maior das Ilhas Baleares da Espanha, também a maior ilha do país em tamanho (a segunda em população, atrás de Tenerife) e quarta ilha mais populosa do Mar Mediterrâneo, Mallorca oferece diversas opções para aproveitar o mar azul turquesa durante o dia ou para a diversão à noite. E por causa das longas distâncias, alugar um carro é de extrema importância para explorar melhor este destino, seja curtindo as “calas” (pequenas praias) ou as festas (se beber, não dirija!).
Em julho de 2019, alta temporada e auge do verão, passamos cinco dias em Mallorca, e mesmo nesse tempo não foi possível conhecer tudo. A ilha tem mais de 200 praias, dos mais variados tamanhos e estilos (pro público jovem ou família, mais cheias ou mais isoladas…), e a menos que você possa ficar por lá durante semanas, será necessário escolher o que visitar. Depois de pesquisar, fizemos uma lista com as mais bonitas, como a Caló des Moro, Cala Pi e Sa Calobra, dividimos os dias entre sol e mar, balada e cerveja, e colocamos nosso roteiro em prática. Para isso, decidimos nos hospedar na capital Palma de Mallorca, a maior e única cidade propriamente dita da ilha, já que as outras mais parecem bairros.
Depois, ainda passamos dois dias em Menorca, que fica logo ao lado e também faz parte das Ilhas Baleares assim como Ibiza (que eu tinha ido em 2008) e Formentera. Para quem quiser conhecer direito esses paraísos espanhóis, a dica aqui é não correr. Menos é mais! Recomendo ir para mais de duas ilhas somente se a viagem for superior a dez dias. Caso contrário, deixe para uma outra oportunidade e curta o que for possível sem estresse. E, claro, Mallorca e companhia combinam com clima quente. Por isso, em julho e agosto espere encontrar praias cheias. Mas por mais que também existam lugares históricos e simpáticos vilarejos por lá, não acho que valha ir no inverno e nos meses mais frios (entre novembro e março). Afinal, estar em um dos lugares mais badalados da Europa e não aproveitar o que ele melhor oferece, ou seja, o combo calor, praia e água do mar, seria um desperdício. Vale?
TRANSPORTE:
Para ir até Mallorca, pegamos um voo da Transavia saindo de Paris, por 49 euros. Para conseguir esse preço, compramos com quatro meses de antecedência, já que a viagem foi durante o verão. Existem voos de várias companhias aéreas a partir das principais cidades europeias, incluindo as low-costs, com boas ofertas para partidas da própria Espanha. Depois, de lá fomos para Menorca de ferry, pela empresa Balearia (saindo do porto de Alcúdia até a Ciutadella), por 53 euros e 1h30 de trajeto. Também há barcos que ligam Mallorca a outros destinos do país, como Barcelona, Valência e Ibiza, em viagens mais longas.
Para circular na ilha, por causa das longas distâncias, alugar um carro é a melhor maneira para conhecer mais lugares e perder menos tempo. Pegamos carro em três dos cinco dias que ficamos por lá, e isso facilitou bastante para percorrer muitos quilômetros e visitar mais de uma praia no mesmo dia. Para se ter uma ideia, de Palma de Mallorca até a famosa praia de Caló des Moro são 60km ou uma hora de trajeto, por exemplo. Pagamos uma média de 60 euros pela diária do carro, pelo site Rentalcars, e como estávamos em quatro pessoas o custo-benefício foi ótimo. Para quem não quiser ou não puder alugar um veículo, as opções de deslocamento são táxi (que não é barato), trem (que leva até poucos povoados) e ônibus (existem várias linhas, inclusive para o aeroporto, e para os locais mais próximos até funciona bem, mas para lugares mais distantes espere perder bastante tempo, já que a frequência é menor, muitas vezes é preciso pegar mais de um ônibus e os pontos nem sempre são próximos da praia). Para consultar os horários e linhas de ônibus, as informações estão no site oficial da TIB (Transporte Ilhas Baleares).
HOSPEDAGEM:
Não é uma missão fácil achar hospedagem legal e barata durante a alta temporada em Mallorca. Ficamos no We Hostel Palma, por 35 euros a diária em um dormitório compartilhado, preço mais alto do que a média para este tipo de acomodação. Porém, o hostel tem boa estrutura e é muito bem localizado, em Palma de Mallorca, perto do centro, ao lado de ótimos bares e baladas e de fácil acesso para o aeroporto. O grande destaque é o bar com espaço aberto ao ar livre no topo, no rooftop, que conta com sofás, cadeiras, espreguiçadeiras e ainda tem um cardápio com boas opções de sanduíches, petiscos e bebidas. Dependendo do objetivo de cada um na viagem, também pode ser uma boa ideia ficar em um hotel ou apartamento em algum dos povoados ao lado das belas praias da ilha, sem precisar pegar transporte para aproveitar sol e mar durante o dia (de qualquer forma será preciso se deslocar para conhecer outras praias). A nossa opção foi ficar próximo das festas à noite, para poder ir andando e não precisar dirigir depois de beber, e usar o carro mais cedo para ir às praias.
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PRAIAS:
Com mais de 200 praias espalhadas por Mallorca, é preciso fazer uma seleção. Depois de muitas pesquisas, indicações e leituras de blogs e sites, fizemos algumas escolhas, levando em consideração principalmente a beleza dos locais, mas também a localização e a possibilidade de conciliar com as festas que programamos ir. Apesar de também haver praias mais extensas por lá, muitas são bem pequenas, as chamadas “calas” (em catalão), algumas encravadas no meio de falésias ou rochas, nem sempre com areia, podendo às vezes ter um chão de pedras. Independentemente do tipo, a garantia é de paisagens paradisíacas, movimento intenso durante o verão e mulherada à vontade de topless (hábito que é comum na Europa, e ainda mais na Espanha, mas que não estamos acostumados a presenciar no Brasil).
No primeiro dia, logo depois de desembarcar no aeroporto e pegar o carro alugado, fomos direto para algumas praias da região sudeste da ilha, que na minha opinião foram as mais bonitas que visitamos. Primeiro, paramos na Cala Pi, que tem o mar com uma cor esverdeada sensacional e água cristalina, apesar do pouco espaço de areia em sua largura. Como ela fica exatamente no meio de falésias, a vista do alto é imperdível, e há até uma espécie de mirante que rende fotos excelentes. Depois de uma sessão de cliques, descemos a escadaria e aproveitamos a manhã nesta praia, antes de almoçarmos em um restaurante ali ao lado (leia mais abaixo). De volta à estrada, partimos para a Cala Llombards, que tem uma certa semelhança com a anterior, levemente maior e mais movimentada, além de contar com um bar/restaurante e estrutura de cadeiras e guarda-sóis. Ficamos pouco tempo nessa, pois na sequência passamos à tarde na praia considerada a mais bonita de Mallorca por muita a gente (e por nós também): Caló des Moro, com o mar azulado e mais um visual de tirar o fôlego. Pela beleza, ela entrou na lista Top 10 Praias do Bora Viajar Agora. Para chegar até ela, depois de deixar o carro em um estacionamento pago, é preciso caminhar 1km, sendo que o trecho final tem uma pequena trilha (de onde se tem uma vista panorâmica também imperdível) e uma descida entre as pedras. Lá embaixo o espaço é minúsculo, quase inexistente quando a maré sobe. Se o local estiver cheio, o jeito é ficar em cima das rochas. Não há nada de bares ou restaurantes próximos, apenas vendedores de bebidas, então vá preparado. De qualquer forma, pelo cenário deslumbrante, vale muito conhecer. Saindo de lá, logo ao lado fica a praia de S’Almunia, que costuma ser mais tranquila com menos turistas, e passamos rapidamente antes de ir embora já com o sol caindo no fim da tarde.
No segundo dia pegamos o carro rumo ao lado oeste da ilha, com destino à praia de Sa Calobra, ou Torrent de Pareis, um longo trajeto de 70km a partir de Palma, percorrido em cerca de uma hora e meia, em uma estrada cheia de curvas, com pista única, subindo e descendo a montanha. A praia de pequenas pedrinhas fica no meio de enormes paredões de rochas, com vários iates e lanchas ao fundo compondo a cena. Também existe a opção de ir até Sa Calobra justamente de barco, saindo do porto de Sóller, ao custo de 30 euros por pessoa ida e volta e duração de uma hora cada trecho. No dia seguinte, depois de devolvermos o carro, pegamos um táxi e passamos a manhã na Cala El Mago, mais uma pequena e bela praia, mas com um detalhe que só descobrimos na hora: é uma praia de nudismo. Ficar sem roupa por lá é opcional e nem todos estavam nus. Permanecemos por um tempo nela e depois fomos logo ao lado na Calo dels Reis, que foi uma das nossas preferidas na ilha, bem parecida com a anterior, mas sem os naturistas. Tanto nesse terceiro dia quanto no segundo, no período da tarde curtimos festas e pool partys em Mallorca, mais precisamente na praia de Magaluf. (leia mais abaixo), que é mais estruturada com hotéis e comércio em geral.
No quarto dia, alugamos um carro novamente e voltamos à rotina de praias, de início conhecendo rapidamente duas próximas a Palma e, sinceramente, sem nenhum brilho especial. Não que sejam ruins, mas o nível de outras em Mallorca é tão alto que a comparação é cruel. Primeiro, fomos à Cala Mayor, uma praia mais urbana, a apenas 4km do centro histórico, cercada por prédios, hotéis e comércio, e depois na Playa de Illetas, com estilo parecido. No início da tarde, dirigimos novamente para o sudeste da ilha e conhecemos praias que ficam dentro do Parque Natural Mondragó. Passamos na bela Cala Mondragó, mas na sequência já andamos por um curto caminho pelo morro beirando o mar e chegamos na S’Amarador, que achamos ainda mais bonita e com mais espaço, então acabamos ficando por lá. Nesta mesma área do parque também é possível caminhar até a minúscula e cobiçada Caló des Borgit.
Entre as várias outras praias de destaque e frequentemente elogiadas de Mallorca, que não tivemos tempo de visitar, estão a Cala Mesquida, Es Trenc, Cala Banyalbufar, Cala Agulla, Cala Formentor, Cala Tuent, Playa de Muro, Alcúdia (onde apenas passamos antes de pegar o ferry para ir embora)… Enfim, dá pra morar na ilha e mesmo assim vai ser difícil conhecer tudo.
FESTA:
Seja durante o dia ou à noite, não faltam festas em Mallorca. Claro que não chega a ser algo como a vizinha badalada Ibiza, mas há boas opções agitadas para a diversão. A praia de Magaluf, no sudoeste da ilha, concentra a maioria das opções e atrai um público bastante jovem, com muitos grupos de universitários em férias que vêm de outros países europeus, principalmente da Inglaterra. Dependendo da sua idade e do seu grau de tolerância, isso pode ser um incômodo para alguns ou apenas mais um fato corriqueiro para outros. No sábado à tarde, estivemos em uma pool party no hotel BH Mallorca, na festa Hedkandi, pagando 50 euros por pessoa, com open bar de bebida e comida liberadas, das 12h às 19h. Bom preço pelo que foi oferecido, espaço bem grande, DJ com música eletrônica e uma faixa de idade entre 20 e 25 anos. Esse mesmo hotel organiza outras festas na piscina quase que diariamente durante a alta temporada, com destaque para os finais de semana. (É possível consultar o calendário de festas de Magaluf neste link).
Um dia antes, na sexta-feira à tarde, fomos também em Magaluf no Nikki Beach, um beach club que tem filiais em várias cidades do mundo, num esquema um pouco mais elitizado, público mais velho e preços mais altos e, dizem, às vezes uma certa frescura pra entrar. Mas não tivemos problemas quanto a isso. A entrada foi gratuita, mas para quem quer pegar mesa, cadeira, espreguiçadeira, sofá ou coisa do tipo o preço já é mais salgado. Apesar de uma cerveja long-neck custar 10 euros e um drink sair por 15 euros (achei melhor nem olhar os valores das comidas), conseguimos curtir bem a festa na piscina, num estilo mais lounge, mas também com boa música eletrônica e animação.
Para a vida noturna, Magaluf também conta com algumas festas, mas nós preferimos aproveitar as baladas de Palma de Mallorca, que tinham boas recomendações e foram aprovadas. O Paseo Marítimo, grande avenida que vai beirando toda a marina de Palma, é o local onde ficam diversos bares e boates. Em uma noite saímos na Social Club, ingresso a 20 euros com uma bebida inclusa, e na outra fomos na Tito’s, entrada a 20 euros também com uma bebida. Ambas estavam bem cheias, com um ambiente legal, bom som eletrônico de madrugada até de manhã cedo, sendo que a Tito’s tem um espaço bem maior e uma área que tocava reggaeton. Não chegamos a pegar, mais em algumas datas no verão DJs famosos costumam tocar nesses lugares, então vale sempre consultar a programação dos sites oficiais.
O QUE MAIS FAZER:
No nosso quinto e último dia na ilha, antes de pegar o ferry à tarde para Menorca, aproveitamos para conhecer Palma de Mallorca, a capital das Ilhas Baleares. Com tempo contado, caminhamos pelas ruas do centro histórico e conseguimos conhecer os principais pontos turísticos. O grande destaque é a imponente Catedral de Mallorca, conhecida também como La Seu, bem grande mesmo, construída entre 1229 e 1346 no estilo gótico. Bem em frente tem uma praça ampla e um lago com uma grande fonte. Também passamos pelo Palácio Real de La Almudaiana, pela Lonja de Mallorca, pelo Museu de Arte Contemporânea e pela Plaza Mayor. Outras atrações da região são o Castelo de Bellver, o Pueblo Español e a Plaza del Mercat, por exemplo. As ruas do centro são bem interessantes para um passeio, com prédios antigos, arquitetura típica, muitos restaurantes, bares e comércio. Já para quem gosta de apreciar o pôr do sol, o local mais indicado e concorrido é o Cap Formentor, no norte da ilha, mas infelizmente não conseguimos ir.
ONDE COMER:
A melhor refeição que fizemos em Mallorca sem dúvida foi logo no primeiro dia, no Restaurante Miguel, bem ao lado da praia de Cala Pi. Comemos uma paella deliciosa e muito bem servida, uma panela com grande quantidade para três pessoas, que custou 18 euros para cada um. Chegamos no local sem pesquisar muito, apenas com uma rápida consulta na hora pelo celular e valeu muito a pena. O cardápio tinha outros bons pratos da gastronomia espanhola e frutos e também frutos do mar. Além deste, também vale a indicação de outros dois lugares que ficam em Palma, no Paseo Marítimo. Um deles é o Mercat 1730, um pequeno mercado com vários tipos de comida, e o outro é o Taquero Mucho, um bar mexicano com bons preços para tacos, burritos, nachos, tequila e afins.
IMPERDÍVEL:
– Por causa das longas distâncias, alugar um carro é de extrema importância para conhecer melhor a ilha e perder menos tempo.
– Entre as mais de 200 praias de Mallorca, as mais bonitas que visitamos são a Caló des Moro, Cala Pi e Cala Llombards.
– Para aproveitar o verão e explorar sem pressa a ilha, que é grande, a recomendação é ficar por lá pelo menos cinco dias.
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BOa noite Tiago,
Sou o Leo moro em Londres e estou indo para Majorca em novembro no meu aniversario sozinho (adoro viajar sozinho ) e gostaria de saber de voce :
Para alguem solteiro qual a melhor opcao ficar em (Magaluf ou na playa de Palmas?) Praias mais cheias e vida notuna nas ruas mais cheias
Muito obrigado
Oi Leo, boa noite!
Desculpe a demora pra responder, não sei se ainda consigo te ajudar. De qualquer forma, os dois lugares têm vida noturna agitada durante o verão europeu (mas talvez em novembro nem tanto). Acho que a escolha do lugar depende muito se você vai estar de carro, quais praias pretende ir e também a faixa etária das festas que pretende ir (Magaluf tem um público bem jovem, faixa de uns 20 anos). Abraço.