Quando fui a Maragogi: Setembro de 2019
Quanto tempo: 4 dias
Além de belas praias, Maragogi conta com as maiores piscinas naturais do Nordeste, as famosas Galés, atração que cativa e é responsável por levar grande parte dos viajantes a esta região do litoral de Alagoas. “Capital da Costa dos Corais” ou “Caribe brasileiro”… Esses são os títulos que essa pequena alagoana conquistou por causa de suas belezas naturais, o que a transformou em um crescente polo turístico. E para aproveitar tudo isso da melhor maneira possível, é fundamental ficar de olho na variação das marés, para saber o dia e horário certo de curtir a água cristalina e (tirar fotos com) os peixinhos no mar, já que o visual muda completamente entre os momentos de maré baixa e alta.
Ficamos em Maragogi durante quatro dias e três noites, em setembro de 2019, em uma viagem de 15 dias pelo Nordeste brasileiro, mais precisamente Alagoas e Pernambuco, que também incluiu São Miguel dos Milagres, Tamandaré e a Praia dos Carneiros, Porto de Galinhas, Recife e Olinda. Apesar de ser época de baixa temporada, pegamos sol na maioria do tempo, com rápidas pancadas de chuva e nuvens alguns dias. Nada que tenha atrapalhado as férias de calor em praias paradisíacas como Ponta do Mangue, Antunes, Xaréu e Barra Grande. Se possível, o período para ser evitado é entre abril e agosto, meses mais chuvosos e quando o mar não fica tão transparente. Já a alta temporada acontece entre outubro e janeiro, é a estação mais seca (com a desvantagem de os preços subirem), mas o Nordeste é garantia de calor, água de coco e frutos do mar o ano inteiro.
TRANSPORTE:
Os dois aeroportos mais próximos ficam em Maceió e Recife, com voos de diversas cidades do Brasil operados pelas principais companhias aéreas. Maragogi fica a 125km ou 2 horas de estrada da capital alagoana e, a 135km ou 2h15 de estrada da capital pernambucana. No nosso caso, saímos de Paris em um voo da TAP, com escala em Lisboa, até Recife. Lá, alugamos um carro pelo site da Rentalcars para percorrer a região e ter uma liberdade maior de conhecer as praias. O preço do aluguel valeu bem a pena pela comodidade.
A empresa de ônibus Real Alagoas também vai até Maragogi saindo de Maceió ou Recife, mas o carro facilita demais o deslocamento interno. Até existem vans de transporte local que levam a determinadas praias, mas os horários e percursos são limitados, além de muitas vezes não haver trajeto direto para outras cidades, sendo necessário fazer trocas. Uma outra opção seria se deslocar usando transfer privados, de agências, mas normalmente os preços são mais altos. Antes de ir, cogitamos tentar fazer tudo por conta própria lá na hora, usando ônibus, vans e transfers, por economia, mas no fim das contas ainda bem que decidimos alugar o carro. Compensou totalmente e deixou a viagem mais proveitosa.
HOSPEDAGEM:
No melhor estilo mochilão pelo Nordeste, encontramos um lugar econômico, bem localizado e agradável para passar os dias que estivemos na cidade. Ficamos hospedados no Tropicalista Hostel, bem na rua da praia do centro de Maragogi, de onde podíamos ir andando facilmente para restaurantes, bares e comércio. Dormimos em um quarto duplo, com banheiro compartilhado (não tem suíte lá), que custa R$ 100 por noite. A outra opção são as camas em dormitórios compartilhados, pelo preço de R$ 35 por pessoa cada noite. No valor está incluso um café da manhã caseiro, com pães, frios, frutas, suco, leite e café. Além do bom ambiente no hostel, com uma área comum com sofás, também vale destacar a decoração em “ritmo” de MPB, com violões, quadros e fotos na parede de ícones da música popular brasileira como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Benjor, Rita Lee, entre outros. Quem for pra Maragogi e ficar no Tropicalista, fale com o Guilherme por lá e diga que foi indicação do Bora Viajar Agora.
Para quem preferir, a região também conta com alguns resorts e hotéis bem mais estruturados, e consequentemente mais caros, seja perto do centro ou nas belas praias dos arredores. Os mais conhecidos são o Salinas Maragogi All Inclusive Resort e o Grand Oca Maragogi.
– FAÇA AQUI A SUA RESERVA PELO BOOKING.COM OU HOSTELWORLD.COM
PISCINAS NATURAIS:
Sem dúvida, é por causa das piscinas naturais que a maioria dos turistas visita Maragogi, e a experiência de ver peixes coloridos e corais em um banco de areia bem raso no meio do mar, de fato, vale a pena. Existem três piscinas abertas para visitação, as maiores e mais famosas são as chamadas Galés, mas existem também as de Taocas e Barra Grande. Atualmente, por causa da preservação dos corais e para evitar superlotação, existe um rodízio entre as agências de turismo, em que a cada dia só podem levar para um determinado lugar. Normalmente, os clientes não são informados para qual delas estão indo, a menos que perguntem. Mas a verdade é que as três piscinas naturais são igualmente bonitas, variando um pouco quanto ao tamanho e profundidade. Essencial para poder aproveitar bem é programar a viagem para um dia de maré baixa (leia mais abaixo). Importante também é que seja em um dia de sol, quando as cores do mar ficam mais vivas e a água mais clara.
Nós fechamos o nosso passeio com a Costazul Turismo e Receptivo, uma das principais agências de Maragogi, com boas recomendações, que mostrou ótima organização e também oferece outras excursões pela região. Deixo aqui também como indicação o guia Felipe, que garantiu o alto astral e contribuiu para o dia ser ainda mais agradável. O preço varia entre R$ 60 e R$ 80 por pessoa, dependendo da época do ano e de algum desconto caso outros tours sejam contratados. No centro da cidade, várias pessoas ficam na rua oferecendo passeios, mas vale ficar ligado em questões como horários, tempo de permanência nas piscinas, segurança do barco, etc…
No primeiro dia, fomos até as Galés, que ficam a cerca de 6km da costa, a maior das piscinas naturais, com mais peixes e áreas mais profundas. No segundo dia, conhecemos as piscinas da Barra Grande, menores e mais rasas, mas também paradisíacas, com a possibilidade de uma caminhada pela areia entre os corais. Não estivemos nas Taocas, mas dizem ser um meio termo entre essas duas. Em todos os casos, o esquema do passeio é o mesmo. A partida é no restaurante Frutos do Mar, na parte norte da praia de Maragogi, com horário que varia diariamente de acordo com a maré. No nosso caso, o catamarã saiu às 8h30 da manhã, foi um dos primeiros a chegar nas piscinas (quando tinha menos gente) e estava de volta às 11h. O passeio dura um total de duas horas e meia, sendo uma hora e meia o tempo que temos para ficar nas piscinas mesmo, mais cerca de meia hora de trajeto de ida e mais meia hora de volta. No barco, são oferecidos três tipos de atividades extras, pagas à parte: aluguel de máscara e snorkel (R$ 15), fotos subaquáticas com peixinhos (R$ 60 o casal) e mergulho de cilindro (R$ 120). O primeiro item é fundamental para ver melhor a vida marinha (mas quem tiver o seu kit pode levar ao invés de alugar), as fotos com uma câmera profissional costumam ficar bem legais e são enviadas por e-mail ou Whatsapp (muitos peixes se juntam, já que os fotógrafos geralmente estão com comida na mão) e o mergulho, que na verdade é mais uma flutuação, só vale a pena pra quem é realmente iniciante ou tem dificuldade para nadar (o local fica próximo dos corais e a profundidade não é maior que três metros, então é possível ir nadando sozinho até lá). De qualquer forma, o tempo que ficamos nas piscinas foi suficiente para aproveitar bem essa maravilha da natureza.
Tem gente que opta por fazer um passeio bate-volta a Maragogi no mesmo dia, saindo de Maceió ou Porto de Galinhas por exemplo, mas eu acho que fica muito corrido. Não só porque é importante estar nas piscinas naturais em horário de maré baixa, o que pode acontecer bem cedo, mas também para curtir com calma as belas praias. Com certeza, vale se hospedar na cidade.
Tábua de marés: Para aproveitar as piscinas naturais, é necessário ir com maré baixa, nos dias e horários que a altura estiver no máximo até 0,5 metro, sendo que quanto mais próximo de 0,0 melhor (clique aqui e consulte a tábua de marés). A variação das marés acontece dentro de um mesmo dia, e o nível mínimo ocorre duas vezes por dia. Os passeios saem quase sempre pela manhã, pois à tarde a luz do sol pode já não estar tão forte. A cada dia que passa, o horário da maré mínima avança entre 30 e 45 minutos. O ideal é estar nas piscinas entre 90 e 60 minutos antes da maré mínima até o mesmo tempo depois que ela começa a subir. Em dias sem variação de maré (maré morta) não há passeios. No entanto, vale realmente ficar ligado na tábua e fechar o passeio com uma agência confiável, já que sempre tem um malandro querendo levar vantagem e tirar dinheiro de turista sem que as condições estejam ideais. Se a maré estiver alta, a piscina natural deixa de ser uma piscina, e os peixes ficam mais difíceis se ser vistos por causa da profundidade. Outro ponto que influencia: os dias de lua cheia ou nova são mais favoráveis, a maré fica mais seca, já que o movimento de variação é maior. Mesmo para curtir as praias, é legal consultar os horários, já que há uma grande mudança de cenário no mar. Na minha opinião, as praias ficam bem mais bonitas quando a maré está baixa e começa a subir aos poucos, com a água bem mais transparente e no “estilo Caribe”. Claro que com a maré cheia também tem sua beleza, mas a água fica mais turva e a praia se torna mais “normal”.
*O Bora Viajar Agora fez o passeio a convite da Costazul Turismo. Agradecemos pela parceria e aproveitamos para ressaltar que nossas opiniões são pessoais e independentes.
O QUE MAIS FAZER:
Depois de conhecer as piscinas naturais, o programa certeiro em Maragogi é relaxar em alguma das praias paradisíacas. As mais bonitas da cidade ficam ao norte da praia do centro, ou praia de Maragogi, e a partir dela estão localizadas na seguinte ordem: Pontal de Maragogi, Burgalhau, Barra Grande, Antunes, Xaréu, Ponta do Mangue e Peroba. Como elas estão próximas e na sequência uma da outra, são bem parecidas, com areia clara, coqueiros, água límpida e esverdeada, variação das marés e redes colocadas no mar para relaxar e tirar fotos. Porém, existem alguns detalhes que as diferenciam e fazem cada estilo de pessoa ter a sua favorita. As agências de turismo oferecem passeios de buggy que fazem paradas em cada uma delas, mas como estávamos de carro conhecemos de forma independente.
Começamos um dos dias visitando a praia da Ponta do Mangue, a que mais gostamos. Deixamos o carro estacionado por lá pela manhã, aproveitamos a maré baixa e caminhamos mar adentro cerca de 500 metros no banco de areia (que fica em frente ao hotel Grand Oca) até a barreira de corais, em um fenômeno bastante interessante, com água no tornozelo na maior parte do tempo e na altura da cintura apenas no trecho final mais distante. Há passeios de barco que levam até este ponto, com direito a música e animação, mas é perfeitamente possível ir a pé como fizemos. Mas, claro, não custa lembrar que essa caminhada só rola no momento da maré baixa. Depois, voltamos e andamos pela praia pouco mais de 2km até Antunes, passando pelo Xaréu (ou praia da Bruna, porque a atriz Bruna Lombardi frequentava o local), observando a subida da maré aos poucos e a impressionante mudança de cenário. No fim da tarde fizemos o caminho de volta.
Gostamos mais da Ponta do Mangue por ser mais tranquila, com pouca gente, além da beleza, claro. A praia tem menos opções de lugares para comer e beber, mas tem o suficiente para desfrutar bem de um dia de calor. Almoçamos por lá no restaurante Sabor do Mar, pé na areia, um apetitoso e grande prato de chiclete de camarão para duas pessoas, por R$ 110, mais garrafas de cerveja de 600ml a partir de R$ 8. A praia de Antunes é a preferida de muitas pessoas, igualmente bonita, mas costuma ser mais movimentada (principalmente nos fins de semana) por ter mais estrutura para o turista, com várias barracas de praias, carrinhos de milho, açaí e outros produtos, atividades como aluguel de caiaque e estacionamento pago. Para sentar nas cadeiras e mesas de algum bar, normalmente é cobrado um valor de consumação mínima, e desde a estrada os funcionários já começam a abordar os carros que passam.
Também conhecemos a praia de Barra Grande, onde almoçamos no restaurante Meraki Beach uma ótima lagosta para duas pessoas, por R$ 124. Ali na Barra Grande também há um extenso banco de areia onde é possível andar mar adentro durante a maré baixa, mais conhecido turisticamente como “Caminho de Moisés”. Não fomos às outras praias, mas tivemos referências bastante positivas sobre a Peroba, mais vazia e quase sem comércio, a última antes da divisa com Pernambuco, estado onde mais ficam destinos próximos como Tamandaré e a Praia dos Carneiros e também Porto de Galinhas. Já ao sul de Maragogi, a última praia é a de São Bento, antes de outras cidades litorâneas também espetaculares de Alagoas, como Japaratinga e mais adiante São Miguel dos Milagres. No centro de Maragogi, um município pequeno de pouco mais de 30 mil habitantes, há boas opções de comércio, uma feira de artesanato, bares e restaurantes. Provamos e aprovamos a especialidade da Tapioca da Martha e também tomamos umas cervejas e caipirinhas no Pallet Bar, local onde costuma ter DJ ou música ao vivo e um bom agito noturno.
IMPERDÍVEL:
– É essencial ficar ligado na tábua das marés, para ir às piscinas naturais e também às praias nos dias e horários certos de maré baixa.
– A praia de Antunes é belíssima e certamente vale a visita, mas Ponta do Mangue é igualmente bonita, mais vazia e mais tranquila.
– Com mais tempo nesta região, vale esticar a viagem para lugares próximos como São Miguel dos Milagres, Praia dos Carneiros ou Porto de Galinhas.
QUER SABER MAIS SOBRE MARAGOGI ? ACESSE TAMBÉM: