Saint-barthelemy

SAINT BARTH: as melhores praias, o que fazer, como ir

Uma (tentativa de) viagem barata na ilha francesa dos milionários e celebridades no Caribe
Publicado em:

Quando fui a Saint Barth: Fevereiro de 2016

Quanto tempo: 2 dias

Saint Barth, diminutivo usado para Saint Barthélemy, ou São Bartolomeu (em português), é daquelas ilhas que aparecem em revistas e sites de celebridades com fotos de famosos e milionários aproveitando as férias de verão em seus barcos enormes e em praias de mar azul turquesa e areia branca. É um cenário paradisíaco, um território (ou coletividade ultramarina) da França no Caribe, destino de custo alto para o viajante e frequentado por quem tem muita dinheiro. Porém, mesmo para quem passa longe de ter milhões na conta bancária, é possível aproveitar as belezas da ilha. Apesar da grana curta, fizemos uma viagem barata por lá, ou pelo menos tentamos o máximo possível, e curtimos bem as atrações em pouco tempo e num estilo mochileiro. Não custa lembrar que praia é de graça!

Fomos para St. Barth em fevereiro de 2016 durante uma viagem de 20 dias pelo Caribe (veja aqui o roteiro completo), que também incluiu Saint Martin/Sint Maarten, Anguilla e Jamaica. Ficamos lá apenas dois dias e uma noite, justamente por causa do preço, já que o valor da hospedagem era muito maior do que em todos os outros lugares. Usamos Saint Martin como base e de lá pegamos ferry para ir até a vizinha francesa. Viajamos na época de alta temporada, que vai de dezembro a abril, quando é inverno na Europa, e os europeus fogem para esta parte da América Central.

Além de praias belíssimas de água cristalina, como Anse de Colombier, Gouverneur, Saint-Jean e Shell Beach, destaque para a charmosa Gustavia, a capital de Saint-Barthélemy, que na verdade é como se fosse o centrinho histórico, com lojas de marcas caras e famosas, bares e restaurantes badalados. Com menos de 10 mil habitantes, Saint Barth costuma ser pacata, mas fica movimentada com a presença de estrangeiros nas férias. Mesmo assim, a vibe é bem diferente de outros destinos caribenhos mais turísticos. Nada de grandes resorts ou navios de cruzeiro, o negócio é mais exclusivo, mais refinado, definitivamente mais chique e glamouroso. Afinal, é um produto tipicamente francês. Mas não se intimide com os preços. Comprovamos que também é possível mochilar por lá, e as dicas estão abaixo!

Reservas

Antes de ir para Saint Barth, estávamos em Saint Martin, para onde há voos saindo do Brasil, principalmente com conexão no Panamá. Depois, pegamos um ferry pela empresa Voyager, por 89 euros ida e volta, comprando pela internet poucos dias antes. Na ida, saímos no primeiro barco do dia, às 9h15, com saída de Oyster Pond até Gustavia, percurso que durou uns 40 minutos de viagem no mar. Na volta no dia seguinte, partimos do mesmo lugar no último horário possível, às 17h15, e a chegada foi no porto de Marigot, com duração de 1h20, já que a distância é um pouco mais longa. Também é possível fazer este trajeto de avião, por pequenas companhias aéreas como a Winair, opção mais cara.

Para circular em St. Barth, alugamos um carro. Sem dúvidas, é a melhor maneira de se locomover, pois não há transporte público e os táxis são caros. Eu diria que é essencial para poder explorar várias praias. Apesar de a ilha ser pequena, apenas 25 km2, são muitas subidas e descidas. Nós pagamos 45 euros a diária, em uma locadora no aeroporto que fechamos através do hotel onde ficamos hospedados. Mas também é possível pesquisar pelo site da Rentalcars. Sem carro, você acaba ficando mais restrito ao centro em Gustavia e praias próximas, como a Shell Beach.

HOSPEDAGEM:

De todas as possibilidades que pesquisei em Saint Barth para as datas que eu estaria lá, fiquei hospedado no lugar mais barato que encontrei, o Sunset Hotel (que hoje já não existe mais), por 130 euros um quarto duplo, valor bem mais alto do que paguei na ilha vizinha de Saint Martin, por exemplo. Por isso, ficamos apenas uma noite por lá. O hotel era bem localizado em frente ao pequeno porto de Gustavia, bem central, sem luxo, mas com quarto espaçoso e ótima receptividade. Além de hotéis, a ilha também oferece muitas opções de casas para serem alugadas pelo Airbnb, o que pode ser uma boa financeiramente para quem estiver em um grupo maior. Ficar no centro tem as vantagens do maior movimento noturno e da proximidade do comércio, mas para quem não se importa com isso e prefere ficar mais afastado, há alternativas mais perto das praias. De qualquer forma, St. Barth não é grande.

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PRAIAS:

Em dois dias em Saint Barthélemy, tivemos que fazer uma seleção de quais praias visitar. Por um lado é sempre difícil fazer essas escolhas e perder algo legal, mas por outro lado foi fácil pois quase todas as praias da ilha são espetaculares. Logo que chegamos e alugamos o carro, começamos pela manhã indo à Anse du Gouverneur, bem tranquila, mais selvagem, sem qualquer estrutura de bar, cadeira ou vendedores de comida e bebida. Essa foi a segunda praia que mais gostei entre as que conhecemos. Depois, à tarde ficamos na Baie de Saint-Jean, que fica colada no aeroporto, talvez a praia mais popular de Saint Barth, onde fica o badalado beach club Nikki Beach. A faixa de areia é dividida em duas partes por uma grande rocha no mar, onde em cima fica o luxuoso hotel Eden Rock. Um simples espreguiçadeira no restaurante ali pode custar até 50 euros. Mas, claro, assim como em todas as outras praias, quem não quiser ter esse conforto todo e nem rasgar dinheiro é só estender uma toalha na areia e curtir o sol sem pagar nada. No fim da tarde, fomos para a Shell Beach, lugar recomendado para ver o pôr do sol, que foi o que fizemos. Como já diz o nome em inglês, o chão dela é cheio de pequenas conchas, ao invés de areia. É a praia mais perto do centro, acessível a pé. Quando estivemos lá, havia um restaurante chamado Do Brazil (que era do ex-tenista francês Yannick Noah, casado com uma brasileira), mas agora o lugar mudou de nome e virou Shellona.

No segundo dia, logo cedo fomos para a Anse de Colombier, a praia mais bonita da ilha na minha opinião, e também a preferida de muita gente. É uma praia mais isolada, também sem nenhuma estrutura de bar ou coisas do tipo, então é importante levar algo para beber e comer. Para chegar até ela, após estacionar o carro, é preciso fazer uma trilha de uns 15 a 20 minutos. Não é nada tão puxado e o visual compensa, um esforço leve, mas isso acaba afastando algumas pessoas. A outra opção é ir de barco. Ficamos um bom tempo lá curtindo aquele mar paradisíaco de água transparente. Depois, dirigi até o outro lado da ilha e paramos em Grand Cul-de-Sac, uma praia bem calma, praticamente uma lagoa, com a possibilidade de aluguel de caiaque, kite surf, entre outras atividades. Almoçamos por lá e à tarde voltamos para Gustavia para pegar o ferry e ir embora. Entre as praias que não conseguimos ir, em termos de beleza e indicações, destaque para Anse de Saline (sem estrutura, no estilo da vizinha Anse de Gouverneur) e Anse des Flamands (com restaurantes e hotéis).

Em Saint Barth, assim como fizemos em Saint Martin e Anguilla, aqui também fica a mesma dica: vale ir no supermercado, comprar cerveja, gelo, colocar numa bolsa térmica e levar para as praias. Muita gente faz isso para economizar e é normal por lá. Você vai pagar pouco mais de 1 dólar em cada garrafa long neck no mercado, enquanto nos bares custa de 3 a 4 dólares. O mesmo é válido para comida, seja porque os restaurantes em média são caros, ou porque algumas praias não tem estrutura. Então, é só levar uns sanduíches ou algo para petiscar quando bater a fome.

O QUE MAIS FAZER:

Gustavia é a capital de Saint Barth, recebeu este nome por causa do rei Gustavo III, da Suécia, da época que a ilha foi vendida pela França ao país escandinavo. E fora as praias e atividades no mar, é lá no centro histórico onde estão as outras atrações, que são basicamente lojas de marcas famosas, bares e restaurantes badalados, ao redor do pequeno porto. Quase tudo num estilo bem francês, incluindo “bonjour” na chegada e “au revoir” na saída, com especialidades da gastronomia europeia e também preços altos. Come-se extremamente bem por lá, há estabelecimentos de nível elevado, mas paga-se caro por isso. Entre as raras exceções para comer um pouco mais barato está o Le Select, que serve de hambúrguer a pratos e é frequentado também pelos moradores locais que não tem tanta grana. Para economizar, como escrevi acima, na maioria das vezes compramos comida no supermercado. Mas abrimos uma exceção, “esbanjamos” em um almoço e fizemos ótima refeição no La Gloriette, na praia de Grand Cul-de-Sac, uma lagosta de 500 gramas, com arroz e salada, por 35 euros.

Para quem procura festa, durante a alta temporada e principalmente nos finais de semana, há mais agito noturno nos bares de Gustavia e algumas boates. Vale se informar sobre o que está rolando de melhor no momento. Nós fomos um dia no Bagatelle, que é um restaurante mais fino com DJ, que a partir de uma certa hora vira balada. Não jantamos lá, mas ficamos no bar e aproveitamos uma parte da noite. Outro lugar famoso neste esquema é o Le Ti St. Barth, que fica em Anse de L’Orient. Não chegamos a ir, mas há relatos de muita animação até de madrugada, com espetáculos, música e pessoas dançando em cima das mesas.

IMPERDÍVEL:

– Entre tantas praias bonitas em Saint Barth, a que mais gostei foi a Anse de Colombier, mais isolada, sem nenhuma estrutura e mar de água cristalina.

– Como é um destino caro, uma boa ideia é ficar uns dias em Saint Barth, mas ir também para ilhas vizinhas, como Saint Martin e Anguilla.

– Seja para economizar ou para ir nas praias sem estrutura, vale comprar no supermercado antes e levar cerveja, bebida e comida em uma bolsa térmica.

QUER SABER MAIS SOBRE SAINT BARTH ? ACESSE TAMBÉM:

Site oficial de Saint Barth

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 90 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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