Quando fui a Zermatt: Junho de 2008
Quanto tempo: 2 dias
Não sei explicar exatamente o porquê, mas conhecer a Suíça, mais precisamente os Alpes Suíços, era um sonho de infância. Esse negócio de ver neve, algo que praticamente não existe no Brasil, me fascinava. Eu já tinha visto neve pela primeira vez na Patagônia argentina, mas tive a oportunidade de realizar aquele desejo de criança anos depois. A cidadezinha de Zermatt, que conta com o Monte Matterhorn como grande atração, foi o primeiro destino escolhido nesta região do país.
O Matterhorn é a montanha mais famosa da Suíça, vista de quase qualquer ponto da cidade. Com 4.478 metros de altitude, é um símbolo do país, representado também em alguns produtos famosos, como o chocolate Toblerone, por exemplo. Zermatt é minúsculo, lugar que não circulam carros, um vilarejo com cerca de 6 mil habitantes, que se multiplicam durante o inverno. Principalmente nesta época, o alemão, idioma oficial do local (uma dos quatro falados na Suíça), se mistura com outras línguas de inúmeros turistas. A cidade encravada no meio dos Alpes é bem agradável, com aquele cenário típico de casinhas tipo chalés de madeira, com telhados triangulares e picos nevados ao fundo.
Quando eu estive por lá, em junho de 2008, durante a Eurocopa, contei com um benefício importante de jornalista para ir às principais montanhas do país. Eu estava por lá como freelancer cobrindo o torneio de futebol, que foi realizado na Áustria e na Suíça. Com a credencial de imprensa, eu não pagava nenhum trem ou transporte terrestre entre as cidades desses dois países durante todo o período da competição. E ainda tinha desconto em vários teleféricos para subir nos Alpes. Isso ajudou muito, porque esses meios de transporte não são nada baratos por lá (aliás, quase nada é barato no país). Então, aproveitei o tempo livre entre os jogos de futebol para conhecer mais lugares na Europa, como Zermatt e também Interlaken.
TRANSPORTE:
Eu estava em Zurique, peguei o trem de lá com troca em Visp, em um trajeto total que demora 3 horas. É um percurso daqueles que não se deve dormir, já que a paisagem vista pela janela é espetacular. O site da companhia ferroviária suíça, a SBB, é bem completo e informa bem os valores e horários. Zermatt também é o ponto final do famoso trem turístico Glacier Express, que começa em St. Moritz ou Davos. Para quem pretende chegar lá de carro, é obrigatório estacionar na cidade de Täsch, 5 km antes, já que automóveis não circulam nas ruazinhas.
HOSPEDAGEM:
Fiquei uma noite no Matterhorn Hostel, por 20 euros a diária, em quarto compartilhado. Lugar pequeno, uma casa de madeira bem ao estilo suíço, bem estruturado e a uma curta caminhada do centro e da estação de teleféricos.
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O QUE FAZER:
Subir no Matterhorn é um feito que apenas poucos corajosos escaladores conseguem atingir. Mas nós meros viajantes podemos subir de teleférico em montanhas próximas para ter uma bela vista do pico. Existem várias opções de trajetos para ir ao alto das montanhas, mas o principal deles é o Matterhorn Glacier Paradise (ao custo de 90 francos suíços, cerca de 70 euros, o preço inteiro, sem o desconto para quem tiver passes especiais). Neste passeio, você sobe em duas etapas de bondinho, a primeira até Schwarzsee (onde há um restaurante), e depois atinge o Klein Matterhorn, um pico a 3.883 metros de altitude, o mais alto da Europa a ser alcançado de teleférico.
Lá no alto, além de neve para todos os lados, você também pode visitar um “palácio de gelo”, uma espécie de caverna com vários objetos moldados com gelo. Para quem gosta ou pelo menos quer tentar esquiar, existe a possibilidade de alugar equipamentos e roupas de esqui antes da subida. Mas também é possível ir com trajes normais e apenas caminhar pela neve, correndo o risco de ter o pé molhado e congelado dependendo de suas peripécias. Eu fui pra lá no verão, em junho, mesmo assim as montanhas estavam todas completamente brancas (vide fotos), e boa parte das pistas de esqui estavam abertas também. Lá em cima, peguei temperatura de cerca de 2 graus negativos. Em baixo, na cidade, onde só neva no inverno, peguei entre 10 e 15 graus Celsius.
No dia que cheguei em Zermatt, estava rolando a apresentação de uma banda local, com música típica e umas barraquinhas vendendo comida e cerveja. Na pracinha central, há uma igreja e nas ruas próximas diversas opções de restaurantes, barzinhos e lojas, a preços pouco convidativos para o estilo mochileiro. No inverno, quando é alta temporada, a cidade fica mais cheia e dizem que rolam boas festas.
Para os mais esportistas, existem diversas outras opções em qualquer estação do ano. Além de várias pistas de esqui, snowboard e derivados, alguns pontos podem ser atingidos com caminhadas ou trekking. Também é possível fazer escaladas, alugar bicicletas e até passeios de helicóptero neste paraíso nos Alpes.
IMPERDÍVEL
– Não é barato, mas vale subir de teleférico no Matterhorn Glacier Paradise e entrar no meio da neve.
– Sentar na janela do trem e apreciar a vista dos Alpes durante o trajeto.
– Aproveitar uma típica cidadezinha suíça com fondue, cerveja e música tradicional.
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